terça-feira, 28 de julho de 2015

Dores no relento ...



Invernias sem cobertores,
Sóis sem ventiladores,
Ar sufocado, parado,
Inerte.

Primavera ao longe
Perseguida dentre escolhos,
Fenda, greta, fresta.

E, muito embora seja difícil escolher
Qual a estrada menos latejante
Em virtude das estreitezas e
De noite já escura em plena a
Clareza da tarde que sorria,
Nem pondero um talvez,
Por agora é o dia.

Sou nesta hora um desabrigado
Em busca de alento,
E há um choque
Quando me torno um maltrapilho,
Onde minhas vestes
Não me escondam mais e
Que máscaras não façam mais
Ser eu o que não sou,
Quando me desnudo
Diante do Eu Sou.

Então há esperança
De abraço que aquece invernos,
De brisa leve nos verões,
De passos sem inércia,
De primavera que aflora
Não por fora,
Mas no coração
Que se despiu à Sua chegada.

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