quinta-feira, 14 de março de 2013

Olhar com um Olhar...

Lá estava, paralisada, fazendo o que tinha que ser feito para que siga o paradigma quase inquebrável, (quase), o seu e a sua volta. Abruptamente fitou-me, buscava inertemente uma melhor posição em seu hábitat e instigava-me, como se quisesse dizer: “ei... não sou terra de ninguém”, com uma vista tardia de quem desconsiderava contemplar, mandei de volta o fitar em contente expressão. Ponderei complacente, há escolhos, mas sua feição, agora, ainda longe de minha íris, fez-me querer conhecê-la, desmistificar aquele ar de, algo um tanto inexplicável. Sim assenti, buscava um jeito desigual para enxergar. Como alguém correndo, corre, corre, corre sem se implicar com alguma condição ao longe do alvo que lhe pulsa o coração. Ademais, é uma parte indispensável do nosso itinerário, roteiro, ramerrão diário, por muitas vezes insistentemente despercebido. Há algum tempo um grande homem, (de nome Francisco), a chamara de Irmã, mas nós como crianças no ventre da Mãe, não temos o remoto entendimento da dimensão do rim, do pulmão, do coração da Mãe, etc.etc.etc. Se pudessem alguns o diriam, ainda que apertados no útero, sem palavras, talvez gemendo: “deixe-me sair daqui, não preciso de você”, como crianças no ventre não sabemos da dispendiosa importância de tudo que a Mãe nos doa. Trajeto-me para ter com aquela que é uma pétala dum infindável jardim e quanto mais perto mais alto, mais detalhes, mais intimidade, mais vida. Já próximo ao seu átrio podia pasmar-me com o horizonte que me avistara, ou eu avistara ele? De tão belo parecia ter vários sóis, pois se ostentava com halos de luz, as arvores, os riachinhos, os pombos voltando aos pombais. Depois de muitos passos na terra pura, lá estava ela, fazendo o que tinha que ser feito para que o paradigma quase inquebrável, (quase), caminhe. Sua face ampla, crispada e rústica não atemorizava, a esclerótica indefinida, a boca ao centro, uns brotos nativos e ninhos por terminar. Enfim entrara na caverna no alto da montanha, era escura e silenciosa, não havia nada de surpreendente, um sorriso somente a iluminara e desnortearia aquela enfadonha rotina, onde suave ouvia-se o ramalhar das arvores, o assobiar do vento e a musica das estrelas no principiar do dia. Mas a grande maravilha que se fez, a intensa maravilha que se faz ali e em tantos outros é, olhar de dentro para fora.

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