terça-feira, 26 de março de 2013

Um fio de som, finíssimo ...

Dos visos, em detalhe, de todos os formosos/harmoniosos, mora inteiro no meio dos mais caros. De sua parecença pode-se imaginar parte extraída da anileira, sim, trás consigo um traço anil, como o manto da Mãe Daquele que arquitetou o firmamento. Ah!... o firmamento, este também lhe concedera parte do seu todo, por conseguinte, não há berro de surpresas quando se entreolham, é como se, emoldurassem as feições e se fundissem com excelência, imagino acontecer ali tantas conversações sem que nenhuma palavra reclame ser concebida, ninguém lá esteve, além do olhar recíproco do alto, ninguém assistiu, além das entranhas afloradas da terra, bem se sabe que esses momentos são como um lustral para a vida, simultaneamente, com a companhia bem perto e bem longe profundamente, embora uns não entendam a lonjura e a eminência intensa e bela que decorre. Um olhar assim tanto verdadeiro, de tão perto olhou, e com um riso mútuo voltou de um átrio intimo do coração. Azul! Se o azul do céu tivesse um som. Luz! Se a luz do céu tivesse um som. Esse seria o seu som! Um fio de som, finíssimo, o som do que não tem som, ah... é um avivamento e um amparo ao corpo, um descanso que contribui para a harmonia da Alma, a quem dela tão precisando está!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Não facilitem, como dizia-nos Vovó!

Carece, sim carece tirar lá de fora antes que venha a chuva, as roupas do varal, decerto que ouviram-me né? Sempre disciplinadora, mas muito amorosa, sem penosidades. Persistentemente de quando em quando, dizia-nos Vovó, não facilitem! Estávamos já um atrás doutro enfileirados, ao ouvir sua recomendação, como se quisesse enfiar-nos no cérebro, não deem sopa ao infortúnio! E diga-se de passagem, o perigo está ai a espera dos imprudentes. E no meio sempre tem um netinho malsão, resultado disso é a preocupação, mas seria preciso ser de todo insensível para não ouvi-la. Numa carroça a transbordar de feno puxada por cavalos baios, berberes e brancos, aos brados eia, eia... dirigiam em direção das searas e ciprestes, com rochas, riachos e pássaros a voarem melodicamente . Saltava-lhe os olhos aquela cena. E quando eles (seus olhos) avistaram o regresso, gritou entre as janelas, a bandeja está a derramar de bolinhos de banana, fiz no fogão a lenha! A resposta não se fez demorar, com berros de contentamento, Vovó bem sabia ser este um ansiado alimento depois das farras dos netos. Ligeiramente se encontravam na cozinha, em forma de circulo e recitavam um para o outro com as bocas cheias, sem etiquetas, fragmentando as palavras, já se viu coisa mais simples! que beleza os gestos dela! em seguida o mais guloso balbuciou, se há um segredo a ca ... engoliu um pedaço de bolinho e continuou ... a causa e o efeito disso tudo bah!!! É que vamos Ama-la cada vez mais e mais. E sem saber como terminar a singela conversa, continuaram a comilança. Vovó suspirou vendo-os pelas frestas da casa madeirada, e percebera, meus netinhos conseguiram enxergar a fina arte de quanto há de belo no simples.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Olhar com um Olhar...

Lá estava, paralisada, fazendo o que tinha que ser feito para que siga o paradigma quase inquebrável, (quase), o seu e a sua volta. Abruptamente fitou-me, buscava inertemente uma melhor posição em seu hábitat e instigava-me, como se quisesse dizer: “ei... não sou terra de ninguém”, com uma vista tardia de quem desconsiderava contemplar, mandei de volta o fitar em contente expressão. Ponderei complacente, há escolhos, mas sua feição, agora, ainda longe de minha íris, fez-me querer conhecê-la, desmistificar aquele ar de, algo um tanto inexplicável. Sim assenti, buscava um jeito desigual para enxergar. Como alguém correndo, corre, corre, corre sem se implicar com alguma condição ao longe do alvo que lhe pulsa o coração. Ademais, é uma parte indispensável do nosso itinerário, roteiro, ramerrão diário, por muitas vezes insistentemente despercebido. Há algum tempo um grande homem, (de nome Francisco), a chamara de Irmã, mas nós como crianças no ventre da Mãe, não temos o remoto entendimento da dimensão do rim, do pulmão, do coração da Mãe, etc.etc.etc. Se pudessem alguns o diriam, ainda que apertados no útero, sem palavras, talvez gemendo: “deixe-me sair daqui, não preciso de você”, como crianças no ventre não sabemos da dispendiosa importância de tudo que a Mãe nos doa. Trajeto-me para ter com aquela que é uma pétala dum infindável jardim e quanto mais perto mais alto, mais detalhes, mais intimidade, mais vida. Já próximo ao seu átrio podia pasmar-me com o horizonte que me avistara, ou eu avistara ele? De tão belo parecia ter vários sóis, pois se ostentava com halos de luz, as arvores, os riachinhos, os pombos voltando aos pombais. Depois de muitos passos na terra pura, lá estava ela, fazendo o que tinha que ser feito para que o paradigma quase inquebrável, (quase), caminhe. Sua face ampla, crispada e rústica não atemorizava, a esclerótica indefinida, a boca ao centro, uns brotos nativos e ninhos por terminar. Enfim entrara na caverna no alto da montanha, era escura e silenciosa, não havia nada de surpreendente, um sorriso somente a iluminara e desnortearia aquela enfadonha rotina, onde suave ouvia-se o ramalhar das arvores, o assobiar do vento e a musica das estrelas no principiar do dia. Mas a grande maravilha que se fez, a intensa maravilha que se faz ali e em tantos outros é, olhar de dentro para fora.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ilumina Veladamente ...

Sempre que se vai o dia nasce uma prece, os olhos se fecham, assim alcançam mais longe. Um sorriso, uma luz, como a chama viva de um bico de gás que Ilumina Veladamente o ambiente, a noite, o caminhar. Nos pensamentos relampejando é inalcançável a face franzindo o cenho, com malignidade para nenhum e com caridade para todos. Iremos juntos. É... lado a lado, em paralelo ao encontro dos braços do Redentor! sem rodeios, sem palavras a mais, sem redundância como se ouvisse agora o estalido dos fechos. É um tanto jubiloso e indisfarçável dizer, mesmo que fortuito ou intencional. Diria, quem redige, foi uma ação, segundo a visita da face citada, um reflexo condicionado por sua personalidade administrada com precisão... E, Ele (o Redentor), espera ansiosamente o nosso grito! O nosso clamor! Como o nascer do sol invadindo as cinzas escuras que faz a vida brilhar. E o brilho de um sorriso que transcende a face sincera de um abraço a esperar. Braços abertos a esperar, sempre!