segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quem houvera de ter marcado?!

Vem uma moça vem até a porta e ordena, troca a sua calça por está, é mais apropriada, ponha seus pertences em alguns desses armários, correntes, pulseiras, relógio, blusa e o sapato pode tirar na sala de Raio-X. Desse depois que ela saiu, disse-lhes, achei que fossem todos funcionários da clínica, me pareciam estar uniformizados, e caíram na gargalhada. Um deles perguntara, são admissionais, o mais velho da sala respondeu, sim, fizera 18 anos que tentara entras nesta empresa e só agora consegui, mesmo sem a maior parte dos dentes o sorriso daquele senhor era de tamanha simplicidade, sinceridade e alegria, e que alcance tem isso! Embora sem conhecê-lo e os nossos olhos não o terem enxergado antes, fomos todos contagiados pelas palavras ditas na expressão daquela face.
O moreno mais jovem quis colocar-se na conversa, disse que também estava sendo recrutado por uma empresa e deixara de ser um procurador de empregos, estava eu atento ao que dissera, mas logo o barbudo mudou de assunto e falou sobre o acidente de ônibus transmitido em vários noticiários, e todos vieram a concordar que, no absurdo do acontecido não encontrara-se vestígios de bom senso, foi uma só vozeria de revolta, queixumes e suspiros. Embalado pelo ar de indignação, com uma entonação mormúriada, o alemão ainda dissera que fora roubado, seus fios de cobre que ajuntara para vender já não se encontravam mais no casinhoto de ferramentas.
E sem espaço pro próximo parágrafo, o técnico do jaleco branco aparece na porta e com uma tesoura bem afiada corta a conversa e os verbos que nasciam ali, caóticos, lamuriosos, risonhos. Chama o senhor do sorriso e posteriormente um a um... despedimo-nos e meus pensamentos disseram: hoje sete vidas se encontraram numa sala de espera, foi singular, foi especial, cada feição, cada tom, nada igual nos detalhes, mas tudo igual num contexto, e como um despertador programado para a mesma hora, saímos, deixemos, evaporemos do nosso ponto de encontro, contudo, quem houvera de ter marcado?!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Nobre Demais



Há alguns que são jardinadores de vida,
É crível que sua estação única seja a primavera,
Inclusive a que se encontra dentro de si,
A que podemos chamar de estado da alma,

Ela se encontra assim
Sempre bela, alegre, vibrante e
A cada dia, a cada instante
Um novo colorido emerge e
Vem somar ao harmonioso jardim.

Eu narro, mas aqui e agora não daqueles
Que sentem prazer em encontrar defeitos
Nas coisas simples,
Ou nas complexas, porque como somos nas pequenas
Seremos nas grandes,
Verdadeiramente, esses não buscam isso.

Sentenças ferinas
Desprezam, menosprezam, desprestigiam plenamente
O valor dessa coisa intangível que nos faz ser o que somos,
Que está além da carne e da tez, das faces e fisionomias,
Mas entranhada por de trás dos visos.

Um alimento digno necessita ser preparado,
Mas para fazê-lo,
Basicamente,
É inevitável não sair da nossa zona de conforto,
É preciso renunciar alguma coisa e anunciar outra,
Carece se encontrar uma maneira simples, pequena, suave
Que favoreça esse propósito,
Como um pingo mel que apanha mais moscas
Que uns litros de fel,
Melhor dizendo,
O pouco necessário e não o muito que só aparenta ser.

O passadio é aguardado,
Como alguém na janela com os olhos atentos
Na estrada,
A espera,
Para quando avistar ir correndo encontrar.

Esses se tornam nobres demais para culpar os outros,
Tem coragem e hombridade para assumir os lapsos
Sem a menos coação e
Sabedoria suficiente para enxergar os jardins de cada face,
Como se o coração mudasse de lugar e
Se encontrasse agora na ponta da tesoura que poda.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O esperado acontece e o Perfeito logo voltará ...

Era longe, nem se imaginava, mas agora já se encontrara lá, a necessidade o fez ir, ir ... ir além, no sentido de passar por onde não desejava, pensava-se de algo distante e sem contribuição alguma acrescentada na bagagem paradoxalmente para curto e frutífero em seu intimo. Em meio ao trajeto não pequeno podia contemplar o urbano que ia cedendo espaço ao rural, o ar mais leve e mais puro, o vento a entrar pela janela do ônibus. Os detalhes despercebidos nas rotinas corriqueiras não resistiam ao olhar contemplativo do rapaz posto ao acento rijo e sem conforto.
Ademais, partindo de um ponto de vista eminentemente egoísta, no bom sentido, (egoísmo tem bom sentido? Sim, tem!), é muito mais proveitoso experimentar mudar a si mesmo, com atributos das novidades inesperadas e acontecimentos falhos e imperfeitos que destroçam a rotina, do que os outros. Ou melhor, se enxergar ciscos sujos e rotos nos olhos, lugares, situações, pondere e antes de alguma atitude tire primeiro a sujidade da sua íris.
Na volto empregando a idêntica psicologia é o rural que vai sendo tomado pelo urbano e todos os seus derivados, uns bons e outros não tão bons. Já é noite ali e os detalhes vistos são menores, mas ricos por ser uma particularidade dela, por vezes enluarada noutras bem escura, esses pormenores entusiásticos o fazia sempre mais vivamente interessado, pequenas coisas assim agem como lubrificante na engrenagem da monótona rotina dos dias.
E de ausência em ausência o inesperado e o imperfeito acontecem. Como Lidar?
De presença em presença o esperado acontece e o Perfeito logo voltará, então o imperfeito já não mais existirá!