domingo, 17 de agosto de 2014

Era uma vez um verso ...


Um papel em branco, uma tela limpa,

Uma descrição romanceada de fatos puramente imaginados, anedóticos.
Sem carecer interrogar “cadê você”, semeou-se no vento e
deixa-se ceifar na brisa leve ou na tempestade,
na oscilação brusca ou inerte suave.

Tal qual uma coisa que envolve, enviesado, tendendo ao meu lado, me ganha no primeiro discurso,
por mim mesmo narrado e comigo mesmo discutido em uma fluência impressionante,
mas perece descaminhar das atenções desinteressadas.

Tal vez frente a poemas lacrimejei e numa palavra ou entre duas escondo-me
acanhado perseguindo uma rima despercebida ladeada por seus sons,
caminhara urbanamente contagiado pelo que ruralmente resistira autêntico,
apropriando-me do olhar clinico das duas dimensões,
nas trilhas desse tom sentira-me na primeira fila do melhor espetáculo.

Talvez os versos interajam com os traços de personalidades
das faces que a encontram ou
que são encontradas, inseridas lado a lado como em nuvenzinhas
as imagens movem-se vagarosamente na mente e
vão metamorfoseando-se cadenciadamente em uma reunião de palavras.

Observara tudo, durou pouco e tudo fora se dispersando
junto com o cheirinho gostoso de poesia exalando.

Alguns dísticos ficaram nos rascunhos, neologismos comparecem como um nervo estimulado e
maneirismos sempre tem cada um com o seus, embora nada medicamentoso (risos).

O lirismo e suas subjetividades causam o ato – verso – instigante,
desconexo se não inteligíveis,
mas vale conhecer, vale esmiuçar,
vale dar chance ao verso.


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