quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Desconfundir ...



Alguns dias de convívio com uns fragmentos de conversas.
Presumi que quando fala exala em voz doce educadamente e quando silencia absorve tudo inteligentemente. Saltam dos seus olhos contemplação e atenção.
Tem um choro transformador, ele mesmo se revela sem carecer muitos adicionais. Desconfundi, oposto do que diz sua autopercepção.
Quando declara que enxergou beleza na ação ou efeito, concreto ou intangível, consegue convencer.
E o mais belo, além de todo o óbvio, o seu sorriso é! Nele inexistem ambiguidades, vou escrever pouco sobre, ele diz por si só.
De fato alguns sinais são uma parada resolver, obscurece o raciocínio, mas logo se enche de luz, ela sempre tem mais força.
E forte é a sua rotina que não tem rotina, é um paradoxo, se recusa a deslindar sua vida vivida assim. Diz ela, querem vestir-me um rótulo que não me serve, deixe-me não ser monotonia.
Por essas e várias exasperada não te imagino.
Estou aqui conicando mais uma vez e antes que venha com sua leve entonação interrogativa: “sobre o que está conicando hoje?”.
Desconfundir!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Fumacinha de Felicidade ...


Era a primeira manhã de verão, a primavera já havia se despedido pela porta da frente, embora durante o percurso maravilhara-me com as arvores que florescem no advento.
A sede me tomara e na primeira parada não hesitei em descer para comprar um achocolatado, ao voltar ofereci àquela que sentara ao meu lado – Aceita? Respondeu-me segurando o N por uns quatro segundos - Não. A recusa não me convencera, mas não insisti, visto que ainda não existira intimidade para isso, dissera-me o bom senso.
E o seu senso também mostrara-se bom e na mesma proporção do gosto, pois logo tirara de sua bolsa um blazer todo estiloso, bege com discretas estampas florais, por conta do ar condicionado talvez um tanto exagerado. Estava com um cardigan na minha mochila, e, diga-se de passagem, tão estiloso quanto (risos), mas não quis que soasse um: “eu também tenho”.
Em seguida iniciara-se uma troca de palavras detalhadamente agradável, conversáramos sobre livros e o que eles fizeram-nos, para onde levaram-nos.
Começáramos a viajar dentro da viagem, é, redundantemente assim.
Combináramos ao chegar, ir à livraria mais próxima, mas a chuva não nos deixou. Então fôramos tomar um café no mercado municipal, logo ali ao lado. E depois de alguns rodeios encontráramos uma cafeteria tão aconchegante, com atendentes sorridentes, objetos retrôs, cestas de café e etc. Apontáramos com o dedo para as câmeras, coadores, máquinas de escrever, xícaras, moedores...
E comentáramos sobre eles enquanto inspiráramos
a fumacinha de Felicidade que exalara do café quentinho.
Sabe, algumas coisas fazem de certos corações alvos fácies, submete-os com um simples ato quando esse vem recheado de INEXPLICÁVEIS fragmentos de beleza. Como comprar um pano de prato de um menininho, mesmo sem tanta utilidade ou mesmo que já tivesse vários deles, só pelo brilho nos olhos e o sorriso daquela face sincera.
Existira ali uma melodia entoada, somente conversada, ainda assim, cheia de autenticidade não deixara de ser bela o suficiente para marcar, tornara-se quase visível ao nascer de cada palavra, da entonação da voz, do tom coerente das coisas, mesmo nas mais simples,
porém inteiramente bem expressadas.
E com o violão em mãos revezáramos para carregá-lo num sacrifício harmonioso.
A hora passara rápido como sempre, e na despedida tivera um abraço apertado com gosto de gratidão misturado de alegria e um olhar tanto puro quanto cativante.
Tem um a frase que diz: “todo o tempo perdido é uma oportunidade desperdiçada”, podemos dizer incontestávelmente que ela não se encaixa nessa crônica, nem nessa experiência.
E partiram cada um pro seu itinerário de Felicidade!
Que talvez e bem provável, em breve encontremo-nos nele uma vez mais, e mais, mais...