quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Culpa do sinônimo ...



Há reciprocidade
De saudade

Entre a terra,
O cultivador e a própria,
É um ciclo rotineiro que se faz,
Poetizado e vivificante.

E se um dia você ganhar uma
Dentre as mais belas
Foi por culpa do sinônimo.

Reciprocidade de um vestígio que invade e
Evapora mas
Não vai embora em
Nenhuma das horas,

Nem por um minuto inteiro,
Nem que eu me levante e
Faça rodeios

Com o corpo e de palavras,
Andando em voltas ou
Escrevendo, compondo, cantando
Com as notas.

E um a cada pouco
Os meus passos perdem força e
Minha voz arrefece
Envolto pela reminiscência do seu timbre
Que toma conta do lugar
Onde estou no momento,

Visto que não estou isento,

Ressoa dizendo-me,
Repito, no seu timbre,
Que o riso mais bonito é o riso do seu olhar.

É uma linha artística precisa
Inalcançável a aos olhos desatentos,

Por isso eu me concentro
Na simplicidade,
Nos gestos pequenos,
Esperançoso que anos depois eles ainda
Sejam alimento

Para continuar essa história que
Não se conta sem a sua presença

Invasora, inesperada e
Recíproca.