terça-feira, 15 de março de 2016

Sinta-se visto disse-me ...



Depreendamos um
Dos cinco
Sentidos que fazem nascer tantas coisas,
Inclusive esse texto, o contexto, o todo e
Agora,
Nesta hora

Ainda que olhe sempre em sua janela
Não estivera
Quando de vagar passara eu.

Nunca fora aquele destino uma obrigação,
Existira outras escolhas e elas sem escolhos
Que carecesse dizer,
Devo ir além de cá ou devo ir além de lá.

Mas sempre que vou
De prontidão já sei bem a direção,
Embora nada marcado
Por vezes nos encontramos,
E os olhares próximos conversam mutuamente,
Exalam a necessidade humana de falar e
Ser ouvido.

E quando o emissor sabe receber e
Receptor consegue emitir,

Ah!

Essa reciprocidade transborda o
Que era pra ser apenas preenchido,
Mesmo que nada seja dialogado e
Somente as íris observantes narrem
O inesperado de fato e o esperado de sempre,
Que antes tentara por perceber,
Mas agora sente a reação da ação.

Daqui enxergo
E a única diferença que os separa é a do olhar
Que sempre parte de algum lugar,
Quando não da sua janela
Que se tornou seu querido posto, sua espera.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Culpa do sinônimo ...



Há reciprocidade
De saudade

Entre a terra,
O cultivador e a própria,
É um ciclo rotineiro que se faz,
Poetizado e vivificante.

E se um dia você ganhar uma
Dentre as mais belas
Foi por culpa do sinônimo.

Reciprocidade de um vestígio que invade e
Evapora mas
Não vai embora em
Nenhuma das horas,

Nem por um minuto inteiro,
Nem que eu me levante e
Faça rodeios

Com o corpo e de palavras,
Andando em voltas ou
Escrevendo, compondo, cantando
Com as notas.

E um a cada pouco
Os meus passos perdem força e
Minha voz arrefece
Envolto pela reminiscência do seu timbre
Que toma conta do lugar
Onde estou no momento,

Visto que não estou isento,

Ressoa dizendo-me,
Repito, no seu timbre,
Que o riso mais bonito é o riso do seu olhar.

É uma linha artística precisa
Inalcançável a aos olhos desatentos,

Por isso eu me concentro
Na simplicidade,
Nos gestos pequenos,
Esperançoso que anos depois eles ainda
Sejam alimento

Para continuar essa história que
Não se conta sem a sua presença

Invasora, inesperada e
Recíproca.