domingo, 20 de julho de 2014

Nostalgiando ...


Saudade,
Fala-se de uma saudade que ainda não se sabe se existe reciprocidade.
Fala-se do sorriso, do abraço, do cachecol e dos laços.
Fala-se da rede que não há mais, por isso também pensei em deixar para trás.
Fala-se da dor de cabeça que não cessa, dos dois remédios tomados e do parque de águas que agora deixa todos molhados.
Fala-se do presente inusitado que ainda nem foi dado, não são flores recém-colhidas nem chocolate ao leite ou meio amargo.
Fala-se do musical, do luau, da musica que fiz pra você, verdade, não sei esquecer.
Fala-se da sinceridade, da beleza e da pureza, de entender o que eu quis dizer quando assim te retratei.
Fala-se das desculpas não dadas, depois dos risos pela piada e o sugerido abraço de pagamento era um alento.
Fala-se do friozinho na barriga, contudo a vista por cima das silabas é atrativa, pra descer dizem que o freio é de imã, dispondo bem as palavras e simplificando em três segundos a rima.
Fala-se do sono que nos pegou, do orvalho da manhã, do vento no fim de tarde, do boa noite e da previsão que invernou.
Fala-se do cabelo desgrenhado, foi engraçado, quando falou foi disso que lembrou.
Fala-se de convidar, de aceitar, de agradecer, de se alegrar.
Fala-se da semana cheia de coisas boas ainda que venha com garoa, pingo, gota, nuvem, bruma, raio, eu saio, mas a saudade não me deixa.
Fala-se da nostalgia que não passa, balbuciando romanticamente
como vento doce de primavera que a gente sente:
“se você estivesse aqui”.
Fala-se, grita-se, silencia-se:
“se você estivesse aqui”
Fala-se de gratidão e de... até em breve então.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Deslindando-se por esperar ...

Estivera recordando da última que a vi, ambos caminháramos no centro da cidade, ela estava do outro lado da rua, ainda assim notei que havia recém pintado o cabelo, que por sinal ficou significantemente belo, para não dizer outra coisa que a faça me chamar de exagerado.
Sua calça cor vinho acompanhara o seu andar místico, robusto e perspicaz, paciente e elegante,
é um generoso contraponto e carrega contigo essa arte.

Respondeu meu tchau enquanto seguia para lá afastando-se, o narrador continuou na outra direção, assim desaparecendo das vistas pouco a pouco um a cada extremo da avenida.

Logo houve outro distanciamento, o das palavras, que faz parecer estar tudo mais longe do que realmente é. Isso não me impediu de considerar mais os prós avaliados, após ideias e pontos de vistas internalizados e exteriorizados sem perder a espontaneidade autêntica de cada um.

Equalizar é um desafio se os perfis são muito dispares e há práticas diferentes das usuais que geram decisões antipáticas, mas se é díspar existe beleza impar esperando por deslindar-se ou deslindando-se por esperar, sem distinção de urgências.

É meio sub-reptícia, no sentido de não estar aqui a toda hora, todavia reaparece exclamando: "Cinema!". Não respondi por um dia, realmente sem meios, seria preciso ser de todo o insensível para não dizer, Sim!

Por agora o fim da tarde já se foi, o inicio da noite entrou e cai uma garoazinha, nesse instante indaguei-me com um sorriso de alegria, daqueles que afeta o corpo inteiro, e se fosse necessário podia muito bem ter falado somente com o gesto...

O que fazer a seguir?