domingo, 27 de abril de 2014

Falhas do meu sono ...




Já era alta noite, passara de zero hora, mas isso não me impedida de escrever um pouco mais, aliás, faz parte do pulso normal de uma vida sempre buscar um pouco mais.

Entre a caneta, o caderno, o celular, um cochilo, meu inconsciente insistira em ecoar:
“do outro lado da cidade há alguém fazendo um trabalho de faculdade, compondo uma musica,
vendo um filme, cuidando de um neném, ou redigindo um texto também”.
E dissera-me a prosa do outro extremo: “ficarei até às três da manhã”,
imagino que se carecesse permanecera um tanto mais,
são esses que em muitos casos servem de referência pros desorientados.

Essa fora a nota prefacial de dois acordados na madrugada, um lado lendo a criatividade do seu pensamento, o outro lendo para entender o dever e arquitetar as respostas, um esperando o domingo e o outro do mesmo modo.
Se fossemos uma sopa de insones, seríamos nós que entornaríamos o caldo, mas neste momento o que os mais tornam semelhantes dentre tantos, é que o sono ainda não havia os pegado, ou melhor, havia os poupado por uma boa causa.

E antes do prometido boa noite, fora pego de surpresa, penetrei-me no escuro e no silêncio,
breve e intenso, mas logo refiz-me desperto, contra os próprios desejos e ao mesmo tempo ao encontro deles, redijo ...

Sobre olhos, sorrisos, a tez de pêssego pontilhada de sardas ou não, a palheta e o violão, abraços, saudade, a dor que se transforma em alegria e gente que mesmo ao longe ainda é companhia, redijo sobre ser, sobre filmes que não vimos e que vamos ver, substantivo morto,
verbo vivo e todos os outros não citados aqui fazem a prosa continuar.

Em vez de verso intenso e preciso, anotações simples, rascunhos revistos,
falhas do meu sono, filhos do insone.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Sob o verde de um olhar azul ...



No momento em que os olhos se abriram
Despertara-se vestígios visuais artesanalmente criados pelos efeitos dos raios de luz.
Em baixo de limoeiros à sombra do sol ardente
Sob a luz da tarde
Já sob a luz pálida
Seu poetismo literário derrama-se ilimitadamente em inspiração, tal qual o ato de fazer entrar ar nos pulmões. Vivificante!

Sabe, é difícil fazer alguma digressão falando, escrevendo ou digitando sobre ...
Logo a cor opaca do pensamento, branca do papel e da tela vai se misturando a um sol que estava escondido, pronto para emanar seus traços de luz iridescente e colorir tudo.
É um contraponto oposto e único onde as melodias, harmonias, vozes e instrumentos aqui nascem em cores que vem compondo uma alegre melodia de primavera intensa, crepitando baixinho seu canto no meu lento inverno.
Que alcance tem isso!
Vindo de tão longe e já perece estar tão perto. Alcançou-me!
Nesse instante do texto a claridade do entardecer já havia acabado
E eu como um sentinela ao lado de minha janela

Assim espero estar
Sob o verde de um olhar ... Azul!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Um Generalizado Cintilar ...



Estivera caminhando, era inicio de noite e o domingo já se despedia.
Soprara um ventinho fresco de fim de estação onde o verão estava quase se indo e o tom cinzento do outono aproximara-se.
Naquele instante passara frente a um apartamento no centro e ouvira um latido, o cachorro parecia ser filhote e o granido viera dos últimos andares. Olhei para cima, parei por alguns segundos, pasmo com aquela minúscula cena, sem reação nem entendimento, sei lá, talvez flashes de reminiscência nascessem no meu inconsciente.
Minutos depois reavaliando aqueles segundo, pensei: “que fora isso?” (risos).
Ocorrera instantes depois de ter conversado com alguém que fora educada onde poucos o seriam, que deu uma bela resposta quando poucos a dariam, que não gosta de “emotinons”, que não gosta de abreviaturas e que escreve mensagens certinhas, com todas as letras existentes na palavra, seja por rede social, seja por sms, seja onde for, logo, as mantivéramos vivas, não as matáramos, não tiráramos a sua nobreza também fica bem colocado, de nossa sintaxe e expressões idiomáticas. Isso fizera com que a prosa ficasse ainda mais rica, saborosa, instigante e com um gostinho de quero mais.
Educação suplantara educação a cada pouco, a cada fala...
Na conversa, tudo que poderia ter expressado o fizera com eloquência, convenceu...
Logo então deixáramos ir se esvaindo aquela seriedade imaginada unilateralmente, ou seja, só quem agora redige pensara existir.
E uma troca de honrarias inesperada, mas bem vinda, acontecera por alguns minutos inteiros, fora como se alguém tivesse aberto as cortinas e jogado um tanto de sol naquele inicio de noite, muito embora, depois desse momento no meu intimo tudo ainda era dia.
Percebera que tudo ali fora uma benção disfarçada ... de simplicidade, de coisas pequenas, na maior parte elas sempre acontecem na nossa vida assim e só os mais atentos conseguem notar, o que se pode chamar de honestidade/dignidade do coração, aqui particularmente exposta nos olhos e/ou olhar, nesse generalizado cintilar. Tenho que admitir, não consigo não admirar!

Algum tempo depois, ainda se alimentara de todo aquele momento.